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26 de maio é o dia nacional de combate ao Glaucoma

 

Entre as doenças oculares que mais preocupa a humanidade, provocando casos de cegueira, está o glaucoma, uma doença que mesmo não tendo cura, pode ser tratada e ter seus efeitos retardados e controlados. Hoje(26.05) é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma e é de suma importância que este tema de saúde pública seja debatido e enfocado.
No Brasil, mais de 900 mil pessoas têm a doença e, no mundo, são cerca de 67 milhões de pacientes. Na maioria dos casos o glaucoma pode ser controlado com tratamento adequado e contínuo. Quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores serão as chances de se evitar a perda da visão.

"É importante lembrar que o glaucoma não apresenta sintomas. Não espere sentir alguma dor ou alteração na visão para procurar um médico especialista. É imprescindível que se façam visitas periódicas ao oftalmologista, principalmente após os 40 anos de idade, ou mesmo se for mais jovem, caso tenha algum caso de glaucoma na família, pois a hereditariedade é um fator que aumenta a probabilidade de ocorrência desta patologia", destaca o médico Fábio Martins, oftalmologista do Hospital de Olhos Francisco Vilar, especialista em glaucoma e membro da Sociedade Brasileira de Glaucoma.

O risco dos descendentes em primeiro grau apresentarem a doença varia de 10% a 40%. Portanto, as pessoas que têm um dos pais com glaucoma têm, também, uma probabilidade muito maior de desenvolver a doença do que as demais.

Este problema ocular desenvolve-se quando a pressão elevada no interior do olho, no decorrer do tempo, mata as fibras nervosas do nervo óptico. O olho contém um líquido (humor aquoso) que circula continuamente no seu interior.  Este líquido é produzido constantemente e escoado por uma região denominada malha trabecular. No caso do glaucoma, há uma diminuição no escoamento deste líquido, o que faz com que este se acumule dentro do olho e provoque um aumento da pressão intra-ocular.

Quando isso acontece, o portador da doença começa a perder a visão periférica. Ou seja: quando o indivíduo olha para frente, enxerga nitidamente os objetos que estão distantes, porém não se vê o que está nas laterais. Seria como se o olho estivesse observando através de um tubo. Nos estágios mais avançados, a visão central também é atingida.      
Para diagnosticar o glaucoma, o exame fundamental é o realizado durante a consulta oftalmológica: o médico avalia a pressão intra-ocular e o fundo-de-olho do paciente, em busca de alterações no nervo óptico. Havendo a suspeita de glaucoma, poderão ser solicitados exames complementares, especialmente a campimetria, que pesquisará os defeitos da visão periférica característicos da doença.

"O tratamento dessa doença pode ser feito por meio do uso de colírios que baixem a pressão intra-ocular; ou recorrer a laserterapia, indicada quando o tratamento clínico não está sendo capaz de conter os níveis elevados de pressão. E em determinados casos, pode-se optar também por intervenção cirúrgica, quando não se consegue obter um bom controle da pressão ocular apesar do tratamento clínico e /ou laserterapia", completa Dr. Fábio.
Segundo o médico, que participou recentemente do XIII Simpósio da Sociedade Brasileira de Glaucoma, as maiores novidades na área são técnicas cirúrgicas que se propõem a tornar a cirurgia ainda mais segura e o desenvolvimento de medicamentos, que melhorem o controle da pressão intra-ocular com menos efeitos colaterais.